Foram criados neurónios artificiais para tratar Alzheimer, afirmam pesquisadores.
A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência e, apesar de se manifestar lentamente, vai-se agravando e pode ser extremamente devastadora.
Com a evolução da doença surge a desorientação, as dificuldades na linguagem, as alterações de humor, o desinteresse de cuidar de si próprio e por tarefas que normalmente lhe davam prazer, os comportamentos agressivos.
Há uma degradação de tal forma que a pessoa não se reconhece quando se vê ao espelho, o que se torna ainda mais devastador para quem cuida e para quem acompanha pessoas com esta demência.Muitos têm sido os estudos, as pesquisas e complexas investigações para tentar encontrar uma cura para esta demência.
Um grupo de investigadores da Universidade de Bach, no Reino Unido, desenvolveu um “neurónio artificial de estado sólido” que com precisão consegue simular o comportamento das nossas células nervosas para que estas possam ser substituídas.
O estudo publicado na Natura Communications afirma que os dispositivos desenvolvidos funcionam como os habituais chips existentes nos computadores que usamos diariamente. Os investigadores quando conectam estes chips, por eles desenvolvidos, aos circuitos neurológicos do organismo humano, esperam que estes consigam reparar danos e curar doenças.
O líder do projeto, Alain Nogaret, afirmou em comunicado à imprensa que “até agora, os neurónios eram como caixas pretas, mas conseguimos abrir a caixa preta e olhar para dentro (…) O nosso trabalho muda o paradigma, pois fornece um método robusto para reproduzir as propriedades elétricas dos neurónios reais em detalhes minuciosos”.

Não foi fácil para os investigadores reproduzir o comportamento dos neurónios no silício, pois estes não respondem linearmente aos estímulos existentes.�
Assim sendo, foram necessários recolher dados de dois tipos distintos de neurónios de rato, os do centro respiratório e os do hipocampo, relacionados com a memória e a aprendizagem, para construir um modelo de chips de silício analógicos com 94% de precisão.

Os pesquisadores afirmam que são necessários muitos chips para criar um implante prático, mas estes neurónios artificiais usam somente 140 nanowatts de potência e cada um dos chips tem um diâmetro de aproximadamente 0,1 milímetros.
Acreditam que este modelo é muito versátil e que poderá ser utilizado no tratamento não só da demência de Alzheimer como de outras condições, como são exemplo os problemas cardíacos.Deste modo, surge uma nova esperança para estas pessoas que sobrevivem com estas limitações, bem como para as suas famílias e/ou cuidadores que diariamente lidam com este e outros problemas de saúde.
